Homens Brancos Não Sabem Blogar

O dia em que o menor MVP da história foi um GIGANTE!
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Gustavo Battaglia

A varrida nas finais de 2001 era quase uma obrigação. O Los Angeles Lakers havia varrido, na primeira rodada, o Portland Trail Blazers de Rasheed Wallace e Scottie Pippen. Na segunda rodada, varreu o Sacramento Kings de Chris Webber e Vlade Divac. Por fim, na final de conferência, varreu o San Antonio Spurs de David Robinson e Tim Duncan. E é engraçado lembrar que, antes desta última série começar, o Almirante afirmou em uma coletiva que: “não esperem uma varrida de nenhum dos lados, será um duelo equilibrado.”

Do outro lado, liderado pelo menor MVP da história, o Philadelphia 76ers vinha tendo trabalho. Com um garrafão comandado pelo gigante defensivo, Dikembe Mutombo, o Sixers chegou à final depois de vencer o Milwaukee Bucks de Sam Cassell, Ray Allen e Glenn “Big Dog” Robinson por 4 a 3.

Com esse cenário, na época, ninguém em seu estado normal poderia apostar em algo que não uma varrida do Time de LA. Acontece que esqueceram de combinar isso com uma pessoa importante: Allen Iverson. Em pleno jogo 1 das finais da NBA, na casa do adversário, The Answer comandou seu time a uma incrível vitória. Depois de uma prorrogação e 48 pontos do armador, o 76ers venceu aquela partida por 107 a 101. O recém-inaugurado Staples Center emudeceu.

É bem verdade que, depois disso, as coisas voltaram ao normal. No jogo 2, Shaquille O’Neal pegou o Lakers pela mão e ganhou a partida com incríveis 28 pontos, 20 rebotes, 9 assistências e igualou o recorde de bloqueios em um jogo de finais: 8 tocos.

O Lakers fecharia a série em 4 a 1, estabelecendo o melhor aproveitamento da história dos playoffs com apenas uma derrota em 17 jogos. Um aproveitamento de 93,3%. Pra história, entrou também a performance de Allen Iverson no jogo um daquela série: ali, a vontade pura e simples havia superado a diferença abissal entre as duas equipes. Com aquela vitória, Iverson, já icônico, agregava ainda mais ao seu legado, e ainda nos dava de presente esta foto – mais emblemática impossível – dele passando por cima de Tyronn Lue.

allen iverson


Kobe Bryant vs Michael Jordan – Jogadas Idênticas
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Gustavo Battaglia

A aposentadoria de Michael Jordan deixou um vazio enorme na vida do fan de basquete. A liga não era a mesma sem o Michael. A plasticidade na hora do chute, a leveza ao saltar, a aura em torno daquela figura, tudo fazia falta. Eis que surge um menino. Menino de tudo, aliás. Ousado, arrogante até, e com apenas uma obsessão: preencher o buraco deixado por MJ.

E isso, amigo, Kobe Bryant chegou mais perto de fazer do que qualquer outro na era pós-Jordan.


Larry Bird e o quase quadruplo duplo
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Gustavo Battaglia

No dia 18 de fevereiro de 1985, Larry Bird anotou um triplo-duplo (30pts, 12reb, 10ast), além de 9 roubadas de bola, tudo isso em três quartos de jogo contra o Utah Jazz.

Com o Celtics na frente por 90 a 66, Bird não entrou no último período e a partida terminou 110 a 94. Depois do jogo, repórteres perguntaram se ele queria ter jogado no último quarto para tentar conseguir o quádruplo duplo. Bird respondeu a pergunta com outra pergunta: ''pra quê?''

Gênio.


As verdinhas de Draymond Green para a MSU
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Rafael Gonzaga

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Em uma segunda-feira aí atrás, nós do HBNSB estávamos discutindo no programa Estação Basquete – se você ainda não ouviu, pode fechar o post e ir escutar um programa – a importância do vínculo à universidade para o basquete norteamericano.

Essa semana o atual campeão da NBA, Draymond Green, mostrou a importância do ensino superior também para os jogadores. Green fez a maior doação de um ex-estudante-atleta para uma universidade da história: 3.1 milhões de dólares para a Michigan State University. Em nota – traduzida aqui, é claro – o jogador do Golden State Warriors disse: ''Michigan State significa tudo pra mim. Eu cresci em Saginaw e tive sorte suficiente pra entrar na Universidade do Estado de Michigan, onde o técnico Izzo acreditou em mim e me deu chances para o sucesso. Eu não seria a pessoa que sou hoje sem eles e essa doação reflete meu profundo apreço pela universidade. Essa doação não é só sobre mim. Eu quero que mais crianças tenham as oportunidades que eu tive graças à Universidade de Michigan e quero usar isso pra estimular todos os Spartans a recompensar a melhor universidade do mundo.''

 

 


A despedida de Nowitzki?
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Gustavo Battaglia

Tudo indica que a partida de hoje, entre Alemanha e Espanha, foi a última de Dirk Nowitzki pela seleção alemã.

Depois estar perdendo por 15 pontos no último quarto, a seleção alemã reagiu, e teve chance de empatar a partida nos segundos finais. Schröder, ala do Atlanta Hawks, teve 3 lances livres, a menos de 4s do fim da partida, e errou o último deles.

Com a derrota, a Alemanha ficou fora das oitavas de final. Como consequência, não jogará o Pre Olimpico (salvo convite da FIBA) e, por tanto, não estará nos Jogos Olímpicos do Rio, ano que vem.

Não houve nenhum comunicado oficial, mas basta ver os fatos. A lenda alemã, no centro da quadra, sozinho, enquanto é aplaudido, de pé, por todo o público presente no ginásio.

Dirk é certamente o melhor jogador da história do basquete alemão. Dentre suas conquistas estão o  bronze no mundial de 2002 (foi MVP do torneio) e a prata no Eurobasket de 2003. Ele participou de 7 torneios europeus (foi cestinha em 2001, 2005 e 2007), dois mundiais e um Jogos Olímpicos, em  2008. Pela seleção alemã, teve média de 25 pontos e oito rebotes por partida.

Nowitzki respondeu o carinho da torcida com aplausos e lágrimas.

dirk


Tom Chambers e o poster de Mark Jackson
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Gustavo Battaglia

No dia 27 de janeiro de 1989, Tom Chambers partiu para o contra-ataque, passou a bola para Kevin Johnson, recebeu a bola de volta e saltou. O que aconteceu a seguir é história. Quem conta é o companheiro de time, Steve Kerr:

''Eu era um rookie no Suns quando o Chambers enterrou aquela bola por cima do Mark Jackson. O que fez aquela enterrada ser tão espetacular foi que ele literalmente apoiou o joelho no ombro de Mark e então conseguiu subir mais uns trinta centímetros.''

Tom Chambers olhou o aro de cima pra baixo e enterrou a bola com seus braços num ângulo de 90 graus. Chambers comenta: ''Eu não tinha para onde ir. Eu não tinha como parar, ou como tentar desviar do Mark Jackson. Eu tinha que tentar chegar ao aro, e eu consegui fazer isso saltando por cima dele. Ele ainda tentou se proteger e isso talvez tenha me impulsionado pra cima, porque eu lembro que eu precisei desviar minha cabeça pra não bater no aro quando eu já estava na descendente.''

Nesse outro vídeo, você pode ver que essa enterrada se imortalizou depois que os desenvolvedores do jogo do Sega Genesis, ''Lakers vs Celtics e os Playoffs da NBA'', colocaram no código do jogo que o Chambers poderia enterrar com as duas mãos quando estivesse em qualquer lugar dentro da linha dos três.


Após derrota, Nikola Mirotić rasga bandeira Sérvia.
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André Cavalieri

Em 1991, nascia um Iugoslavo chamado Nikola Mirotić. O bebê nascia num momento complicadíssimo. No começo dos anos 90, a Iugoslávia passou por momentos de extrema tensão: boa parte das seis repúblicas que formavam o país entrariam em conflito nesse período. Em 1990, especificamente, o nacionalismo Croata nunca tinha sido maior. Os croatas tentaram se separar da Iugoslávia e o resultado foi uma guerra de quatro anos e aproximadamente vinte mil mortos. Muito sangue foi derramado na região dos Bálcãs.

Foi nesse contexto que a Iugoslávia ganhou o Mundial de Basquete de 1990. A criança – futura jogadora de basquete – não sabia, mas, naquele momento, um ano antes de seu nascimento, dois dos maiores jogadores de basquete da história de seu país, Vlade Divac e Dražen Petrović, deixavam de ser irmãos.

O que aconteceu foi que, durante a comemoração da equipe, um fã entrou na quadra segurando a bandeira Croata. Nem todos do time da Iugoslávia viram aquilo com bons olhos, mas foi Vlade Divac que não aceitou a intromissão. Ele foi até o torcedor e arrancou a bandeira de suas mãos. Esse gestou bastou: ao voltar para a Iugoslávia, Vlade Divac era o inimigo número um dos Croatas. Inclusive de Dražen Petrović. Com a morte de Petrović num trágico acidente de carro em 1993, os dois atletas nunca tiveram a chance de retomar a amizade. Essa história é contada em detalhes no excelente documentário ''Once Brothers'', que vale ser visto.

Vinte e cinco anos depois, mais especificamente ontem, depois que a Espanha perdeu para a Itália num jogaço do Eurobasket (tá rolando!), o bebê Mirotić – agora já crescido e naturalizado espanhol – agarrou e rasgou a bandeira sérvia das mãos de um fã. Imediatamente depois, ele veio à público pedir profundas desculpas pelo acontecido. Mal sabe ele que, pedidos de desculpas ou não, um ato parecido foi emblemático para uma guerra que tirou a vida de dezenas de milhares de pessoas anos antes. Seja como for, pode ser que Dražen, da onde estiver, tenha tirado uma onda com Vlade Divac: dessa vez, a vítima foi a bandeira do amigo.