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Falece o primeiro atleta a quebrar uma tabela da NBA na história
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André Cavalieri

Notícia triste. Hoje de manhã, faleceu, aos 58 anos, Darryl Dawkins, o Chocolate Thunder, ou – como ele mesmo se chamou uma vez – o Dr. Dunkenstein. Ainda não existem detalhes sobre a causa de sua morte.

Dawkins, que já era conhecido por suas enterradas poderosas, um dia se tornou o primeiro atleta da NBA a quebrar uma tabela no meio do jogo. Foi incrível. Mais incrível ainda foi que, três semanas depois, ele quebrou uma tabela de novo.

Por conta disso, a NBA foi forçada a criar uma regra que punia quem quebrasse tabelas dali em diante. E estamos falando da década de 70. Muito antes de Shaq, ou do próprio Dominique Wilkins. Ele, aliás, foi inspiração pros dunkers da geração seguinte: Dominique, Shawn Kemp, Bernard King, Moses Malone, James Worthy, entre outros.‪#‎respect‬

Vale ver o vídeo que a NBA separou com as 20 melhores enterradas do jogador.


“Eu estou olhando as rotações da bola”, a genialidade de Dennis Rodman.
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André Cavalieri

rodman

“Nós estávamos aquecendo pro jogo, fazendo bandejas e dando uns chutes, e o Rodman tava sentado no banco, de boa, só observando a gente. Eu falei: ‘Ow, chega aí, você precisa aquecer. Tá todo mundo fazendo bandeja, você precisa fazer umas também.’ Ele respondeu: ‘Eu estou olhando as rotações da bola.’ Eu disse que não havia entendido e ele explicou: ‘Tipo, quando você chuta, sua bola gira três vezes enquanto está no ar. As bolas do Joe já giram três e meia, às vezes quatro vezes.’

Isso é o quão longe Rodman havia levado a história de pegar rebotes: para um nível completamente diferente, fora de série. Ele sabia quantas vezes a bola de cada pessoa do time girava – se girava de lado, pra onde o rebote iria, quantas vezes ele ia para a esquerda, e quantas pra direita. Era uma ciência pra ele, e eu nunca ouvi falar de alguém que conseguia pensar ou falar sobre defesa e rebotes do jeito que ele podia.

Quando se trata de QI de basquetebol, eu ponho Rodman num nível de gênio.”

– Isiah Thomas sobre Dennis Rodman, sete anos seguidos o líder de rebotes da NBA, com 16.7 rebotes por jogo de média neste intervalo de tempo.


Reggie Miller provocou Michael Jordan uma vez. E nunca mais.
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André Cavalieri

jordan e miller

“Eu tava no meu primeiro ano na liga. A gente tava jogando um jogo de exibição contra o Chicago Bulls num lugar qualquer, e este já era o terceiro ou quarto ano do Michael Jordan na NBA. A maioria dos veteranos não gosta de participar de jogos de exibição, eles querem participar da coisa de verdade. Mas eu tava fascinado com tudo a minha volta, super pilhado praquilo. Já o Michael tava ali de boa, querendo que o tempo passasse. Chuck Persons, que tava no meu time e que era um trash-talker assim como eu, chegou pra mim e disse: ‘Você bota uma fé nesse tal de Michael Jordan? O cara que todo mundo está falando, que dizem que consegue andar sobre as águas: você tá acabando com ele, Reg!’ Ele me falou isso no fim do primeiro tempo e ainda disse: ‘Acho que você devia começar a falar na orelha dele.’

Eu falei: ‘Quer saber? Cê tá certo. Ow, Michael! Quem você pensa que você é? O ~grande~ Michael Jordan? É isso aí, tem um cara novo no rolê!’ Ele olhou pra mim e não disse nada, apenas balançou a cabeça. O primeiro tempo tinha acabado de terminar e eu tinha feito 10 pontos e o Michael, quatro. No fim do jogo, ele terminou a partida com 44 e eu com 12. Então no segundo tempo ele fez 40 e eu, dois. Antes de sair da quadra, ele veio na minha direção e disse: ‘Tenha muito cuidado e esteja certo de que você nunca mais falará com o Jesus Negro desta maneira, ok?’ E eu respondi: ‘Ok, me desculpe, Jesus Negro. Eu sinto muito.’ E eu nunca mais falei esse tipo de coisa pro Michael de novo.” (Reggie Miller)

Hoje, Reggie Miller, um dos maiores chutadores de três de todos os tempos, líder de pontos do Indiana Pacers e grande amigo de Spike Lee (#sqn) completa cinquenta anos. Parabéns, Reggie! E, pra quem entende inglês, vale ver a entrevista do atleta no Jimmy Kimmel Live.


11 coisas que só quem viu NBA na BAND vai se lembrar
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Marcos Jorge

A gente pode até achar isso impensável nos dias de hoje, mas houve uma época que era possível ver NBA na televisão aberta brasileira. É bom que se dê o crédito logo nas primeiras linhas desse post a Luciano do Valle, o responsável pelos bons e velhos tempos de NBA na BAND.

Conta Álvaro José que a coisa começou a ser feita na base do improviso, com o jogo sete das finais de 1988 narrados e comentados pelo telefone, na época que o canal ainda chamava NBA de Campeonato Norte-Americano de Basquete profissional. Ainda assim o sucesso foi tremendo e marcou uma geração. E se você é dessa geração, certamente se lembrará de algumas dessas coisas aqui:

1. Este boné do Charlotte Hornets

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Vamos combinar, eles tinham um time honesto com Larry Johnson, Mugsy Bogues e Alonzo Mourning, mas o que justifica tanta gente ter bonés, camisas e demais parafernálias do time? Nem campeão da divisão eles foram! Na verdade, o sucesso foi mundial. No começo dos anos 90, os Hornets batiam Bulls, Lakers e quem quer que fosse em vendas de material esportivo.

 

2. As dez melhores jogadas do NBA Action. 

 

3. O telefone 011 14 06, uma espécie de linha direta para produtos chineses, e suas fantásticas facas Ginsu.

Ela serrava um cano de chumbo e cortava um tomate ao meio. Impressionante.

 

4. Todo o jogo 3 da final de 1993 entre Chicago Bulls e Phoenix Suns e suas três prorrogações. 

Um grande salve para todos esses internautas abnegados que sobem vídeos pré-históricos no Youtube.

 

5. Esse comercial da Olympikus com a quase-lenda Jeff Malone que era o que cabia no orçamento do marketing da empresa.

 

6. Todas as vinhetas da campanha I Love This Game, a maior de todos os tempos.

 

7. NBA Jaaaaaaammmmm

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E a eterna frustração de não ter Michael Jordan jogando com Scottie Pippen nos Bulls.

 

8. Este comercial da Maioneggs

Aliás, certa vez eu fui sorteado numa promoção da Maioneggs. Foi a única coisa que eu ganhei na vida. É só por isso que este vídeo foi incluído no post.

 

9. NBA Superstars

Antes dos tempos do Youtube, essa era uma fita cassete pirata que eu tinha arrumado com o amigo do amigo do amigo do amigo que tinha dois videocassetes em casa e fez a cópia.

 

10. Essa chamada para os playioffs de 1993, na Band

 

11. Esse comercial do Barkley contra o Godzilla

Cabe aqui a menção honrosa do Manual Show do Esporte de Basquetebol, aquela fita de VHS que prometia ensinar técnicas do basquete usando modelos brancos em uniformes curtos e constrangedores. Caso alguém tenha alguma pista deste material histórico, favor entrar em contato nos comentários. Se você, leitor, se lembrar de algum outro elemento marcante dos tempos de NBA na BAND, manda aqui que a gente inclui na lista.


No dia do aniversário do mago, reveja o encontro entre Magic Johnson e Pelé
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André Cavalieri

Hoje, Magic Johnson completa 56 anos. Pra comemorar a data, a gente relembra do dia em que ele visitou o Rio de Janeiro, vinte anos atrás, e encontrou o Rei Pelé.

Em 1995, as areias de Copacabana sediaram o “Festival Olímpico de Verão”, promovido pelo Comitê Olímpico do Brasil. O vídeo, da Band, é narrado por José Luís Datena(!).

O registro completo deste evento você pode achar aqui. Abaixo, segue uma matéria da Folha de S. Paulo sobre o saudoso dia 5 de fevereiro de 1995:

“Ontem, o ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, assistiu na arena olímpica de Copacabana a final do torneio Beach Basketball. Pelé chegou à arena três minutos após o início do jogo. O locutor anunciou a presença do ministro pelo alto-falante. Imediatamente, o jogador norte-americano Magic Johnson virou-se para a tribuna de honra, onde estava o ministro, e se inclinou para a frente, num gesto de reverência.

Pelé deu de presente a Johnson uma bola de futebol. O norte- americano retribuiu dando ao ministro uma bola de basquete. Ambas autografadas. Na saída, Pelé afirmou que é um antigo fã de Johnson: ‘Quando joguei nos EUA, comecei a acompanhar basquete. Dentro dessa modalidade, Magic é um predestinado. É o maior jogador de basquete de todos os tempos’, disse.

Pelé falou também sobre a Aids. Johnson é portador do vírus HIV. ‘Como católico, acredito que é uma mensagem que Deus nos deu através dele. Um ser humano como Magic faz com que a gente se conscientize para essa doença’, disse.”


A origem dos nomes dos times da NBA – Conferência Leste
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Rafael Gonzaga

Você já parou pra pensar por que um time de Los Angeles se chama Lakers? Ou então o que o Jazz está fazendo em Utah? Ou ‘WTF is Pacers?’ Pois é, o HBNSB vai contar pra você – resumidamente, é claro – um pouco da origem de cada um dos 30 nomes de times da NBA. No post de hoje os times da Conferência Leste.


ATLANTA HAWKS
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A franquia começou com o nome Blackhawks, que assim como o time de hóquei de Chicago, foi dado em alusão ao líder guerreiro dos índios nativos Sauk. O time originalmente começou representando as chamadas ‘Tri-Cities’ – Moline e Rock Island, em Illinois, e Davenport, em Iowa. Quando a franquia mudou para Milwaukee foi encurtada para Hawks, que se manteve nas mudanças seguintes para St. Louis e finalmente para Atlanta.


BOSTON CELTICS

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Os moradores de Boston podem agradecer ao dono do time. Se não fosse por ele, o Celtics poderia se chamar Redemoinho (Whirlwinds), Olímpicos (Olympians) ou o melhor de todos, Unicórnio (Unicorns)! Pois é, estas eram os alternativas de Walter Brown para o nome da franquia mais vencedor da NBA, em 1946. E olha que na época ele foi desaconselhado a usar Celtics por seus RP’s, que diziam que um nome irlandês nunca ganhou m*&%$ nenhuma em Boston. Mas Brown apostou na tradição do nome, que fora vencedor nos anos 20 com o New York Celtics.


BROOKLYN NETS
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Tudo começou diferente para esta franquia, que foi uma das fundadoras da American Basketball Association (ABA). Nasceu New York Americans, mas a pressão do Knicks que jogava a NBA fez o time atravessar a ponte e virar New Jersey Americans. Uma temporada depois voltaram para o estado de NY (Long Island) e viraram New York Nets. Boa, fera, mas e por que Nets? São dois porquês, na real. O primeiro, e mais óbvio, é por causa da rede (‘net’) da cesta de basquete. E segundo porque o nome rima com os outros times esportivos de lá: New York Jets (futebol americano) e New York Mets (beisebol). Em 77 o time voltou pra New Jersey e em 2012 foi para Brooklyn.


CHARLOTTE HORNETS
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A história do nome Hornets é no mínimo uma grande confusão. Com a expansão dos times em 88 nasceu o Charlotte Hornets. O nome original escolhido na verdade era Charlotte Spirit, mas após votação popular foi batizado de Charlotte Hornets, referência ao apelido da cidade: “Vespeiro” (‘Hornet’s Nest’), originado de uma frase do General Cornwallis, que durante a Revolução Americana descrevera Charlotte como “um vespeiro de rebeliões”. Mas a franquia mudou de cidade e foi pra New Orleans, levando junto o apelido. A cidade não ficou muito tempo sem um time: em 2004-05 nasceu o Charlotte Bobcats, do dono Michael Jordan. O nome venceu um concurso entre os concorrentes Flight e Dragons. Bobcats se refere a um felino nativo do estado (Carolina do Norte), o lince-pardo. Em 2014 o New Orleans resolveu deixar de ser Hornets, virou Pelicans, o Charlotte abandonou o Bobcats e voltou a ser Hornets. Fácil, né? #noooot


CHICAGO BULLS

bulls
Como qualquer dono de um brinquedinho (caro) novo, Richard Klein estava tentando batizar seu novo time. A única coisa que ele queria era que o nome representasse o status de Chicago: a capital mundial da carne. Klein então resolveu consultar sua família sobre os nomes que tinha pensado: Toreadors e Matadors. Diz a lenda que nesse instante seu filho disse: “Dad, that’s a bunch of bull” (bull aqui como abreviação de bullshit). Ou, em um português leve, “Pai, são um bando de porcaria”. E não é que o pai gostou da sugestão e assim nasceu os Bulls.


CLEVELAND CAVALIERS
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O nome também foi escolhido em uma votação, que rolou em um grande jornal local, o Cleveland Plain Dealer. Os concorrentes eram Jays, Foresters, Towers e Presidents. O último em alusão ao fato de que 7 ex-presidentes dos EUA até então eram nascidos em Ohio. O criador Jerry Tomko, pai de Brett Tomko, disse que “Cavaliers (cavaleiros) representam um grupo de homens destemidos, cujo pacto de vida é nunca se render, não importam as probabilidades de vitória”.


DETROIT PISTONS

Pistons
Ahhh, esse tá fácil. Detroit é a cidade dos automóveis. Pistons = pistões. Pistão – carro. Acertei? Não. Quer dizer, errou a origem, mas realmente é uma belíssima coincidência. Na verdade os Pistons nasceram em Fort Wayne, Indiana. O proprietário Fred Zollner batizou o time como Fort Wayne Zollner Pistons em sua própria homenagem e a sua fábrica de pistão. Em 1957 Zollner mudou o time para Detroit, tirou seu sobrenome da alcunha da franquia e o nome caiu como uma luva em Detroit, a chamada ‘Motor City’.


INDIANA PACERS

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Taí o nome mais difícil de explicar. Vamos lá: há 2 razões para o nome Pacers, que já nasceu com o Indiana. O primeiro é em função do envolvimento de Indiana com as ‘harness racing pacers‘. Em poucas palavras, é uma corrida de cavalo, geralmente com aqueles cestinhos tipo biga, em que os animais correm de um jeito, digamos, mais gracioso… no pace, as patas laterais correndo juntas; que é diferente do trote, em que as patas frontais ou traseiras correm juntas. A segunda razão diz respeito ao ‘pace car‘, que são os carros da 500 milhas de Indianápolis que dão a largada das corridas e funcionam como safety car em casos de acidentes.

 

MIAMI HEAT
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Ufa, ao menos um bem fácil de explicar. Um concurso em outubro de 1986 escolheu Heat (calor) entre mais de 20.000 inscrições, que incluiam Sharks, Tornadoes, Beaches, Barracudas, Floridians e Suntans. Imagina que legal seria se Suntans ganhasse? Os Miami Bronzeados? Duvido que LeBron teria saído… quem não quer jogar no time dos bronzeados?

 

MILWAUKEE BUCKS
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Mais uma vez a intocável democracia americana prevaleceu. Entre mais de 10.000 inscrições, um concurso escolheu o nome do time de Wisconsin. E também prevaleceu a tradição de caça do estado: Bucks são os chamados cervos machos, muito caçados na região. Poderia ser pior: Skunks, que significa Gambás, estava entre as opções.

 

NEW YORK KNICKS
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Os Knicks são um dos times que não ficaram nesse negócio de concursinho pra escolha do nome. Seu dono, Ned Irish, nomeou a franquia em 1946 de New York Knickerbockers. Por quê? Knickerbockers são aquelas famosas ‘calças de pular brejo’, como se diria em São Carlos. Os holandeses usavam muito esse tipo de calça e na época muitos deles se estabeleceram em NY, o que inspirou Irish a nomear seu time em homenagem a eles. Tempos depois o nome foi abreviado para Knicks. Então é isso, se você é um fã dos Knicks, você torce para os Calça Pula Brejo.

 

ORLANDO MAGIC
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Antes mesmo de Orlando ter um time, eles já fizeram um concurso para escolher um nome. Convencidos, né? Organizado pelo jornal Orlando Sentinel o nome mais votado foi Challengers, uma alusão ao ônibus espacial que explodiu em 1986. Mas dessa vez a palavra final era de um júri, formado pelo grupo proprietário do ‘talvez-futuro-time’, que escolheu Magic em homenagem à atração turística principal da cidade, a Disney World.

 

PHILADELPHIA 76ERS
76ers
O mais histórico dos nomes. A franquia nasceu em Syracuse, NY, com o nome de Syracuse Nationals. Em 1963, por problemas financeiros (a cidade era pequena demais para dar lucros) o time foi vendido e mudou-se para a Filadélfia. Foi rebatizado para 76ers em homenagem à Declaração da Independência dos Estados Unidos, assinada na Filadélfia em 1776. O escudo traz outra referência histórica: as treze estrelas representam as 13 colônias.


TORONTO RAPTORS

toronto
Sim, meus amigos. O nome do Toronto Raptors tem sim relação com o filme Jurassic Park. Inacreditável como parece, em 1994, quando Toronto ganhou o direito de ter uma franquia na NBA, uma grande votação tomou o Canadá para a escolha do nome. Dragons, Bobcats, Hogs, Beavers estavam na disputa. Mas o filme de Steven Spielberg, sucesso 1 ano antes da eleição, falou mais alto nos corações canadenses.


WASHINGTON WIZARDS
wizards
Quem diria que mesmo com a aceitação grande às armas de fogo na sociedade americana, um dono mudou o nome da franquia para se afastar dos metais que matam. Até o início dos anos 90, a capital americana tinha um time chamado Washington Bullets. Mas o dono, Abe Pollin, nunca gostou dessa associação do time às armas de fogo. Com o assassinato de seu amigo e primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, Pollin resolveu mudar o nome do time. Como? Uma votação, é claro. Os fãs puderam escolher entre uma lista de finalistas, que contava, além do vencedor Wizards, com Dragons (mais uma vez), Express, Stallions e Sea Dogs.

 

Semana que vem a gente conta um pouco sobre os nomes da Conferência Oeste!


Da irrelevância ao sucesso: o que Michael Jordan fez pela Nike.
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André Cavalieri

       nike

Os caras da Nike haviam se reunido nos bosques de Oregon para uma reunião fora do escritório. Eles imaginavam que uma mudança de cenário poderia ser boa para eles enquanto traçavam um caminho caro e ousado no basquete profissional.

Phil Knight estava lá. Também estavam seu braço direito, Rob Strasser; o advogado Howard Shguser; o designer Peter Moore, entre alguns outros funcionários. Naquela época, nenhum deles sabia muito sobre o rapaz magro da Carolina do Norte chamado Michael Jordan. Eles certamente não poderiam imaginar o que ele um dia significaria para a Nike.

Tudo começou naquele dia de janeiro de 1984. Knight havia fundado a Nike no começo dos anos 1970 para produzir tênis de corrida. Até aquele momento, suas incursões no basquete profissional haviam sido mal sucedidas. Agora, a Nike queria tentar de novo. Em 1979, Knight havia se encontrado com John Paul “Sonny” Vaccaro, um expert em basquete que lançou uma ideia inovadora: a companhia iria assinar contratos de apoio com treinadores universitários que – em troca – poderiam transformar seus jogadores em meninos propaganda da marca.

No primeiro momento, ninguém sequer sabia se isto era legal, e muito menos se as Universidades permitiriam a iniciativa. Cinco anos depois, todavia, enquanto a equipe se reunia no interior de Oregon, a Nike já dominava boa parte do esporte universitário. De um dia pro outro, Vaccaro havia fechado acordos de Georgetown até a Universidade de Nevada.

“Eu fiquei encantado com Sonny,” Knight disse. “Depois daquilo, nós demos a ele todo o espaço que ele queria.” Com a iniciativa universitária tendo sido tão bem sucedida, Knight sabia que o dinheiro de verdade viria do basquete profissional, onde Larry Bird e Magic Johnson tinham disparado a popularidade da liga. Os dois jogadores, no entanto, usavam Converse.

Os homens naquela reunião estavam todos seguindo o velho método da Nike de pensar em soluções pouco ortodoxas. Com grande parte dos grandes jogadores da NBA já contratados pela Converse, os funcionários da Nike pensaram que eles deveriam apostar em um calouro, uma cara nova para a liga. Ainda mais ousado que isto, a Nike estava considerando criar um par de tênis exclusivos do jogador, e depois vender não só um calçado, mas um pacote inteiro de performance e personalidade.

O draft daquele ano tinha um bom número de escolhas promissoras. Akeem Olajuwon havia jogado em três Final Fours da NCAA e seria escolhido na primeira posição. Charles Barkley ostentava uma personalidade enorme. John Stockton era uma possível estrela branca. Algumas pessoas imaginaram se não seria melhor assinar contratos menores com todos eles, de forma a diminuir um pouco o risco desta empreitada do tênis-assinatura.

Então o braço direito de Knight, Rob Strasser olhou para Vaccaro – o homem cujos instintos compensavam sua falta de ensino formal – e perguntou a ele que jogador ele preferia. “O garoto da Carolina do Norte,” disse Vaccaro.

Michael Jordan e Sonny Vaccaro

Michael Jordan e Sonny Vaccaro

Jordan estava no radar de todos, mas será que Sonny tinha realmente certeza? Ele havia metido a bola do campeonato em 1982 para a Carolina do Norte, é verdade, mas ele nunca mais tinha aparecido num Final Four pelo resto de sua carreira universitária. E ele nem fazia tanto ponto assim – anos mais tarde, surgiu a brincadeira de que, por conta de seu estilo conservador, o técnico da Carolina do Norte, Dean Smith, era o único homem que conseguia segurar Jordan com menos de 20 pontos num jogo. E Jordan, era bom lembrar, seria somente a terceira escolha do draft. Não seria melhor apostar na primeira escolha?

Mais que isso, Jordan ainda não havia tido a chance de mostrar sua personalidade. O programa da Carolina do Norte mantinha seus jogadores sob sigilo. Ele não era nenhum Barkley. Ninguém conhecia Jordan direito. E a Carolina do Norte era uma universidade da Converse; a Nike não tinha nem como entrar lá. Até mesmo Vaccaro nunca havia conversado com Jordan, uma raridade, tendo em vista que ele havia conhecido quase todos os grandes jovens jogadores depois de organizar o “Dapper Dan Roundball Classic”, o primeiro jogo all-star nacional para garotos do ensino médio. Michael Jordan, que evoluiu seu jogo mais pro final do ensino médio, não havia sido convidado para este evento.

Havia ainda outras preocupações. Em 1984, não havia ainda muitos negros famosos nos Estados Unidos. Michael Jackson estava apenas começando sua ascensão ao estrelato. A ideia de ter um jovem negro vendendo tênis personalizados para a América branca era absurda. Quem dirá um jovem negro que ninguém sequer conhecia.

Então Rob Strasser inclinou-se e olhou severa e longamente para Vaccaro. “Sonny, se você tem tanta certeza sobre Michael Jordan, você estaria disposto a apostar seu trabalho nisto?” Vaccaro não hesitou. “Sim,” ele disse, sem mencionar que o salário que ele recebia da Nike não era grande coisa. A partir dali, a decisão estava feita.

Por que Vaccaro estava tão convencido sobre Jordan? Nem ele sabe dizer: “Eu apenas sabia que ele seria o cara.” Dois anos antes disso, Vaccaro havia visto Jordan enquanto ele calmamente metia a bola do campeonato nacional no último segundo. Aquele chute era notável não só porque Jordan o havia acertado, mas também porque Dean Smith havia confiado num calouro para arremessar aquela bola, deixando de lado seus bons veteranos, James Worthy e Sam Perkins.

O buzzer-beater de Michael que deu a North Carolina o título da NCAA de 1982.

Também havia o fato de que Jordan tinha um jogo que era sedutor para jovens atletas. As crianças sonhavam em ser alas que infiltravam e não pivôs. E ele também tinha aquele sorriso enorme enquanto jogava. Ele parecia um cara simpático.

De qualquer forma, Vaccaro estava certo. Anos mais tarde, aliás, ele foi o cara que colocou a Adidas no jogo quando apostou num jovem confiante chamado Kobe Bryant, e também quando fechou um contrato com uma escola católica de ensino médio de Ohio, que tinha um adolescente de 15 anos chamado LeBron James. Como se vê, Vaccaro não teve apenas um dia de sorte quando ele escolheu Jordan.

Vaccaro encontrou-se com Jordan seis meses após aquela reunião; eles almoçaram juntos depois de um treino para as Olimpíadas. Algumas semanas depois disso, Rob Strasser encontrou com o jovem em Beverly Hills. Finalmente, Jordan e seus pais viajaram para Oregon, onde Knight organizou uma pequena guerra entre empresas. Estavam lá Reebok, Adidas e Nike. Esta última finalmente fechou negócio: US$500 mil e um pedaço dos lucros para Michael Jordan.

No começo de 1985, um tênis foi desenhado. Ele era um pouco desajeitado e nada ortodoxo, com as cores preta e vermelho do Chicago Bulls de Jordan. Foi um sucesso quase imediato, impulsionado pelo estilo de jogo aéreo de Michael Jordan (ele e Dominique Wilkins haviam travado uma batalha memorável na competição de enterradas do All-Star Weekend). Naquele mesmo ano, o comissário da NBA, David Stern, deu à Nike puro ouro quando baniu os tênis da NBA por não obedecer aos esquemas de cor impostos pela liga. “Eu sabia que estávamos em algo enorme quando David Stern o proibiu de usar os sapatos,” disse Vaccaro.

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As vendas dispararam. Certo dia, Jack Joyce, então responsável pela produção da Nike, estava tão sobrecarregado por pedidos relacionados a Michael Jordan que jogou as mãos pra cima e gritou, “Vamos fazer tudo preto e vermelho e vender tudo!”

Foi mais ou menos isso mesmo que a Nike fez. A demanda crescia tão rapidamente que em um certo momento houve uma corrida pela oferta mundial de fio da cor vermelha. O crescimento nunca desacelerou. Em 1984, a receita total da Nike era de cerca de US$900 milhões. Em 1997, quando Jordan estava ganhando o quinto dos seus seis títulos, a receita havia batido US$9.19 bilhões.

As vendas do tênis de Michael continuam ainda hoje. 28 novos tênis do atleta foram feitos e Jordan é agora a sua própria marca dentro da Nike. O logotipo “Jumpman” e todos os comerciais dos quais ele participou são icônicos. A nação ter adotado uma campanha publicitária com um homem negro como protagonista ajudou a abrir incontáveis oportunidades corporativas para atletas e artistas negros.

“Ele é o garoto-propaganda mais influente que existirá,” afirma Vaccaro. E tudo começou com uma grande aposta no interior de Oregon.

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(Este texto foi traduzido e adaptado do texto original publicado pelo SevenSport, do Yahoo: What Michael Jordan Did for Nike.)


Do baú: Ary Vidal fumando em plena semifinal do Mundial de 1978
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Marcos Jorge

aryvidalJá faz umas duas semanas, a agência de notícias Associated Press liberou no Youtube cerca de um milhão de minutos de seus arquivos. É coisa para caramba, como vocês já devem imaginar. Curioso que sou, fui ver o que de basquete havia nesse latifúndio audiovisual e encontrei este trecho da semifinal do Mundial de basquete de 1978, realizado na Filipinas, entre Brasil e União Soviética.

O vídeo, claro, não é nenhuma excelência da transmissão esportiva, limitando-se a um mero registro da partida. Ainda assim, temos algumas pérolas. Os pivôs brasileiros, entre eles o grande Ubiratan Maciel, se desdobram para batalhar os rebotes com os soviéticos. Nota-se ali uma aberração em vermelho: é Vladimir Tkachenko, um pivô de 2m20 que parece saído do papel de vilão de algum filme do James Bond dos anos 70.

Oscar Schmidt, queixo proeminente, madeixas ao vento e calças curtas também aparece, bem como Marcel, ambos nos seus vinte e poucos anos e já cestinhas da seleção na competição.

Agora, se tem algo que me chamou a atenção é o banco da seleção brasileira. Ali está o saudoso Ary Ventura Vidal, o mesmo técnico da conquista do Pan de Indianápolis, em 1987. Não, não é o fato de ele ter duas conquistas expressivas com a seleção em menos de uma década que me espanta (embora isso seja notável para os dias de hoje!), mas o fato de ele estar fumando um cigarro em plena partida (0m44).

Isso mesmo! O cara tá sentadão no banco, cigarro aceso entre os dedos, levanta, orienta o time, volta a se sentar. Tudo de boa, tudo normal. Como aquele tiozão na beira da piscina do clube que levanta, grita pro filho não nadar ali na parte funda, e que volta pra cadeira para degustar sua Malt 90.

Às vezes a gente precisa desses choques de realidade pra perceber as mudanças do mundo. Ah, sim, nesse torneio o Brasil ganhou o bronze, última medalha masculina em mundiais. Depois dessa derrota para os soviéticos vencemos a Itália em um buzzer beater emocionante do Marcel do meio da quadra.

E esse dá pra ver com a narração do inesquecível Luciano do Valle:


Michael Jordan: direto no queixo.
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André Cavalieri

will perdue

Horace Grant: “Nossos treinos eram muito intensos porque o Phil Jackson, o gênio por trás disso tudo, colocava o Michael no time reserva, e daí eu e o Scottie Pippen ficávamos no time titular. Você sabe como Jordan era competitivo, era surreal. É claro que tínhamos brigas, muitas delas. Ainda bem que não tinha mídia social naquela época.

O Phil pediu pra gente fazer uma jogada e o Will Perdue fez um corta-luz ilegal no MJ, e o MJ disse, ‘Will, não faça isso de novo.’ Daí o Will falou que não sabia do que o Jordan estava falando e ficou por isso mesmo. Quando Phil pediu pra fazermos a jogada de novo, Will fez exatamente a mesma coisa: corta-luz ilegal. Michael foi na direção do Will e BOOM! Direto no queixo. Todo mundo foi segurar o Will, ele não podia machucar o Michael. No dia seguinte, no avião, Will apareceu com um roxo enorme na cara.”

É até difícil achar foto de Perdue no Google Images. Ele tem mais anéis de campeão (quatro) do que parágrafos no Wikipedia (sério). Ainda assim ele entra, bem como Steve Kerr, pra seleta lista dos atletas que levaram um soco de Jordan.


Jordan: um soco, um olho roxo, 72 vitórias.
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André Cavalieri

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“Eu não faço ideia do que se passou pela minha cabeça”, diz Kerr, rindo enquanto lembra de sua briga com Jordan no outono de 1995. “Era o Jordan, o maior jogador de todos os tempos, mas eu era bastante competitivo.”

Jordan e os Bulls tinham acabado de perder para o Orlando Magic na semi-final de conferência daquele ano. Depois de passar um tempo no beisebol, Michael tinha saído da aposentadoria do basquete para ter uma média respeitável de 26.9 pontos por jogo em 17 partidas da temporada regular. Ainda assim, essa era a primeira derrota de Jordan em playoffs desde 1990 e algumas pessoas diziam que o rei, já com 32 anos, não conseguiria voltar a jogar do mesmo jeito. Jordan, é claro, estava decidido a provar o contrário, e isto era visível em cada treino.

Ele e Steve estavam se marcando e um não parava de gritar com o outro. Foi então que as coisas esquentaram: “Houve uma coisa que ele disse que me incomodou,” diz Kerr. “Então eu comecei a falar mais e mais de perto e eu acho que Michael não gostou. Ele me empurrou com o antebraço e eu empurrei ele de volta. A próxima coisa que eu me lembro é o resto do time tirando ele de cima de mim.”

Com 1.90m e 80kg, Kerr saiu da briga com um olho roxo, mas também deu uns socos em Michael: “Eu sabia que se aquilo fosse uma luta de verdade ele poderia me matar, se quisesse,” diz Kerr. “Mas era uma situação em que eu precisava me defender.”

Naquela época, Kerr e Jordan mal eram amigos. Eles estavam jogando juntos há apenas dois meses. Ainda assim, antes do Jordan ir para casa naquele dia, o técnico Phil Jackson disse a ele que fosse falar com Steve o quanto antes. Michael ligou em menos de uma hora para se desculpar. Eles conversaram no dia seguinte e tudo se resolveu.

Isto pode parecer estranho, principalmente vindo de um cara com o olho roxo, mas Kerr acredita que a briga foi positiva. Ele não estava sendo tratado muito bem pelo resto do time e, segundo ele, o relacionamento entre todos mudou muito depois disso. “A gente se respeitava mutuamente. E agora Jordan confiava mais em mim, e em situações mais importantes,” conta Steve.

Para Phil Jackson, esta briga foi um chacoalhão no time todo, especialmente em Michael. Segundo ele, foi ali que o Bulls conseguiu formar um time capaz de ganhar o título e 72 vitórias naquela temporada. “Eu acredito que ele se tornou uma pessoa mais compassiva com todo mundo. Definitivamente mais compassivo comigo,” diz Kerr. “Ele passou a entender que todos éramos diferentes, que nem todos nós éramos tão talentosos quanto ele, e que nem todos conseguíamos fazer as mesmas coisas.”

Depois do incidente entre Kerr e Jordan, os Bulls não perderam mais do que dois jogos seguidos durante toda a temporada seguinte. Jordan entendia mais seus companheiros e o time entendia mais Jordan. Todos tentavam jogar com a mesma energia que ele e foi isso que os levou a melhor temporada de todos os tempos. O triângulo ofensivo de Phil Jackson funcionava com uma harmonia impecável. Segundo Kerr, era uma energia difícil de se alcançar, e que valia a pena brigar para se ter. Neste caso, literalmente.

(Esta matéria foi traduzida e adaptada de uma matéria da ESPN, escrita por James Herbert: http://espn.go.com/blog/truehoop/post/_/id/61933/landing-a-punch-on-michael-jordan.)