Homens Brancos Não Sabem Blogar

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Mais uma história de Lakers vs Spurs
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Até 2004, apenas dois times haviam vencido todos os títulos do milênio: o LA Lakers ganhou três seguidos, em 2000, 2001 e 2002, e o San Antonio Spurs foi o campeão de 2003. É totalmente compreensível, portanto, que a galera tenha ido à loucura quando esses dois times se encontraram nas semi-finais de conferência de 2004.

A série foi toda boa, mas o jogo cinco foi especial. Com duas vitórias de cada lado, as duas equipes entraram em quadra pro jogo 5 no dia 13 de maio. Nos segundos finais, o SBC Center estava tenso: o Spurs perdia por um ponto faltando 5.4 segundos. Manu Ginobili se responsabilizou por cobrar o lateral e encontrou Tim Duncan na cabeça do garrafão, um pouquinho distante da cesta. Shaquille O’ Neal usou seu corpo e afastou ainda mais o pivô do Spurs. Duncan driblou a bola duas vezes com a mão esquerda em direção ao centro da quadra e saltou. Errado. Torto. Caindo pra trás. Longe demais. Ainda assim, por alguma ironia do destino, a bola resolveu cair. Até Tim Duncan comemorou, se é que isso é possível. O San Antonio passou à frente do placar com 0.4 no cronômetro!

O técnico Phil Jackson pediu um tempo e os rostos no banco angelino revelavam que as chances eram escassas. Os atletas do Lakers mal conseguiam prestar atenção no que Phil dizia: como aquela bola tinha caído? Gregg Popovich imaginava que Phil Jackson desenharia uma bola pra um tapinha do Shaq, mas precisava ter certeza. Assim que o Los Angeles voltou pra quadra, ele olhou a movimentação do ataque por um instante e então pediu um tempo. Ele conseguia garantir que Shaq não pegaria na bola, mas precisava impedir que Kobe a recebesse. Resolveu então tirar o Robert Horry da marcação do lateral e dobrou no Bryant. Os times voltaram pra quadra e, desta vez, foi Phil Jackson que teve que pedir o tempo. Com Bryant dobrado, ele precisaria redesenhar a jogada.

Agora, nenhuma das duas equipes tinha tempo para pedir e os dois melhores técnicos de todos os tempos teriam que ver o que aconteceria sem muita interferência. Gary Payton se encarregaria de cobrar o lateral. Com a bola na mão, ele avaliou suas opções: Shaq, marcado. Kobe Bryant, dobrado. Karl Malone? Talvez em outros tempos. A bola caiu nas mãos de Derek Fisher. O que aconteceu a seguir, amigo, chama-se história.

Até 2004, apenas dois times haviam vencido todos os títulos do milênio: o LA Lakers ganhou três seguidos, em 2000, 2001 e 2002, e o San Antonio Spurs foi o campeão de 2003. É totalmente compreensível, portanto, que a galera tenha ido à loucura quando esses dois times se encontraram nas semi-finais de conferência de 2004.A série foi toda boa, mas o jogo cinco foi especial. Com duas vitórias de cada lado, as duas equipes entraram em quadra pro jogo 5 no dia 13 de maio. Nos segundos finais, o SBC Center estava tenso: o Spurs perdia por um ponto faltando 5.4 segundos. Manu Ginobili se responsabilizou por cobrar o lateral e encontrou Tim Duncan na cabeça do garrafão, um pouquinho distante da cesta. Shaquille O’ Neal usou seu corpo e afastou ainda mais o pivô do Spurs. Duncan driblou a bola duas vezes com a mão esquerda em direção ao centro da quadra e saltou. Errado. Torto. Caindo pra trás. Longe demais. Ainda assim, por alguma ironia do destino, a bola resolveu cair. Até Tim Duncan comemorou, se é que isso é possível. O San Antonio passou à frente do placar com 0.4 no cronômetro!O técnico Phil Jackson pediu um tempo e os rostos no banco angelino revelavam que as chances eram escassas. Os atletas do Lakers mal conseguiam prestar atenção no que Phil dizia: como aquela bola tinha caído? Gregg Popovich imaginava que Phil Jackson desenharia uma bola pra um tapinha do Shaq, mas precisava ter certeza. Assim que o Los Angeles voltou pra quadra, ele olhou a movimentação do ataque por um instante e então pediu um tempo. Ele conseguia garantir que Shaq não pegaria na bola, mas precisava impedir que Kobe a recebesse. Resolveu então tirar o Robert Horry da marcação do lateral e dobrou no Bryant. Os times voltaram pra quadra e, desta vez, foi Phil Jackson que teve que pedir o tempo. Com Bryant dobrado, ele precisaria redesenhar a jogada.Agora, nenhuma das duas equipes tinha tempo para pedir e os dois melhores técnicos de todos os tempos teriam que ver o que aconteceria sem muita interferência. Gary Payton se encarregaria de cobrar o lateral. Com a bola na mão, ele avaliou suas opções: Shaq, marcado. Kobe Bryant, dobrado. Karl Malone? Talvez em outros tempos. A bola caiu nas mãos de Derek Fisher. O que aconteceu a seguir, amigo, chama-se história.

Publicado por Homens Brancos não Sabem Blogar em Quarta, 6 de abril de 2016


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Obrigado, Kobe!
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A nova propaganda da Nike em homenagem ao Kobe Bryant chama-se “Ame o ódio” e está demais!


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Um pouco da história de um dos maiores vencedores da NBA: Robert Horry
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“Aqui estão algumas coisas que eu acredito: Brent Barry é um dos jogadores mais inteligentes que eu já joguei na NBA. Rudy Tomjanovich é o melhor treinador que eu já tive, não Phil Jackson, nem Gregg Popovich. Kobe Bryant foi o jogador mais dedicado que eu já vi. O ‘triângulo’ é um nome chique pras mesmas jogadas que 50% dos times da NBA fazem. Dennis Rodman foi um gênio. Basquete é uma indústria cruel. Vencedores não ficam calados.

Você pode discordar comigo em todos os meus pontos, mas a realidade é que eu vejo o jogo de uma forma diferente do que a maioria dos fãs da NBA. De fato, eu vejo o jogo de forma diferente da maioria dos técnicos da NBA. Mas eu tenho sete títulos da liga, então me escute por um segundo e você talvez aprenda alguma coisa diferente dos clichês que você escuta na TV.

As pessoas sempre me perguntam, ‘Cara, como você meteu todas aquelas bolas? Que frieza.’

Eu não nasci assim. De fato, eu talvez tenha sido um dos únicos jogadores da história da NBA que foi trocado porque não chutava a bola o suficiente. Quando eu fui draftado pelo Houston Rockets em 92, eu estava nas nuvens. Eu iria jogar com o meu ídolo Hakeem Olajuwon. The Dream! Eu não poderia estar mais animado. No primeiro treino, todas as vezes que eu recebia a bola, Hakeem a pedia. O que VOCÊ faria? O cara é uma lenda viva. Imparável no post. Eu passava a bola pra ele, é claro. E eu continuei passando pra ele pelo resto da temporada. Naquele primeiro ano, eu estava feliz só de estar lá. Na temporada seguinte, nós começamos 15-0. Nós empatamos o recorde de vitórias consecutivas com uma vitória sobre o Knicks no Madison Square Garden, a mecca do basquete. A cidade inteira estava tão puta que eles fizeram algo que eu nunca tinha visto na minha carreira. Os funcionários do aeroporto fizeram a gente esperar duas horas no portão – nenhum anúncio, nenhuma atualização, nada. Eles fizeram a gente esperar no aeroporto porque a gente ganhou do Knicks. A gente só conseguiu chegar em Atlanta às cinco da manhã e o Hawks ganhou da gente aquela noite por 25 pontos de diferença.

Depois disso, a gente continuou indo muito bem. Nós não perdemos nossa segunda partida até dois dias antes do Natal contra o Nuggets. Nós estávamos com 22 vitórias e duas derrotas. Eu fui pra nossa festa de natal aquela noite e o Hakeem estava andando sozinho. Ele anda até mim e sinaliza para que eu o siga até a varanda. Nós vamos até a varanda, estava frio, ele me olha e diz, ‘Você se importa se nós ganhamos ou perdemos?’ Eu olho pra ele e digo, ‘Mano, você talvez não entenda isso, mas eu me importo mais do que qualquer outro nesse time. Eu odeio perder.’

horry olajuwon

Robert Horry e The Dream em ação

‘Você não demonstra isso, Robert.’ – Este foi um dos momentos mais importantes da minha carreira. Meu ídolo estava me cobrando. Eu poderia ter abaixado a cabeça, mas eu decidi que não. ‘Bem,’ eu disse. ‘Você também não mostra muito suas emoções.’ Dois homens adultos na varanda falando sobre suas emoções. Eu nunca me esquecerei dele rindo: ‘Bom ponto,’ ele disse. ‘Vamos voltar pra dentro.’

Daquele dia em dia em diante, nós nos tornamos grandes amigos. Ele era o tipo de cara que te desafiava mesmo quando você estava no primeiro lugar. Esse é o tipo de coisa que muitos fãs não entendem. Quando um time vence um campeonato, todos imaginam que tudo foi perfeito – que todos os jogadores são amigos e que o técnico é um gênio. A realidade é sempre mais complicada.

Um mês depois daquela festa de natal, eu recebo um telefonema do meu agente dizendo que eu havia sido trocado para o Detroit pelo Sean Elliot. A explicação foi de que o Houston precisava de mais pontos. Estávamos no meio de fevereiro, nevando, frio pra cacete. Eu desci do avião e eu nunca estive tão deprimido na minha vida quanto nos dias seguintes. Matt Bullard estava envolvido naquela troca também, e eu lembro que nós estávamos prontos para começar a jogar quando alguém do Pistons nos disse que o Sean Elliot ainda não havia passado pelos testes físicos do Houston e que nós devíamos esperar como precaução. No dia seguinte, meu agente me ligou e disse, ‘Eles acharam um problema nos rins de Sean. A troca foi cancelada. Você está voltando pra Houston.’

Eu e o Matt fomos pro aeroporto tão rápido que quando a gente chegou no aeroporto a gente fez um rolamento ninja pra fora do carro e já caiu no avião. É capaz do carro estar até hoje rodando pelo centro-oeste. Depois daquele dia, minha mentalidade era, ‘Foda-se, eu vou chutar. Eu vou jogar o meu jogo.’ Nós ganhamos o título aquele ano. E ganhamos de novo no ano seguinte. As pessoas me conhecem como ‘Big Shot Bob’, mas a realidade é que – não fosse por uma emergência médica – eu poderia ter sido conhecido como o cara deprimido de Detroit. Na estrada desse jogo, os caminhos são sinuosos e as bifurcações são muitas.

houston rockets

Houston Rockets campeão da temporada 94-95

Eu darei outro exemplo. Quando eu fui trocado para o Lakers em 97, Kobe Bryant era apenas um rookie. O cara não conseguia chutar bolas de três. Todo dia após o treino a gente fazia competição de bolas de três. Éramos eu, Kobe, Brian Shaw, Mitch Richmond e Kurt Rambis. O Kobe perdia toda vez. No treino do dia seguinte, é claro, Kobe já estava lá chutando bolas de três. Ao final do treino, ele dizia, ‘Vamos brincar! Eu estou pronto pra vocês.’ E nós ganhávamos de novo. Ele não parava nunca. Era incrível. Ele treinou até que um dia, meses depois, ele finalmente venceu. Se você dissesse, ‘Kobe, eu aposto que você não consegue fazer cinco seguidas com o pé do meio da quadra,’ o filho da puta ia lá e treinava todo dia até conseguir fazer isso. E é isso o que as pessoas não entendem quando elas falam de campeões – quando eles falam sobre a mentalidade do campeão. A dedicação do Kobe ao jogo é surreal. O denominador comum em todo time campeão é a mentalidade que o Kobe tem, e a mentalidade que o Hakeem teve comigo naquela festa de natal. Você tem que ser tão obcecado em vencer que você não descansa, nem mesmo quando você está em primeiro. Nem mesmo quando você já ganhou uma vez.

Kobe Bryant e Robert Horry

Kobe Bryant e Robert Horry

Todas as vezes que eu escuto as pessoas reclamarem que o Kobe grita com seus companheiros de time nos treinos, ou quando elas questionam se LeBron é melhor amigo do resto da equipe, eu viro os olhos. Você sabe quantas conversas eu tive com o Phil Jackson fora da quadra durante todo o meu tempo com o Lakers? Uma. Eu estava sentado no vestiário e ele estava sentado numa mesa na minha frente. ‘O que aconteceu com você e o Danny Ainge em Phoenix?’ ele perguntou. ‘Eu não gostava dele, então eu explodi e joguei uma toalha nele. Eu não lidei com a situação do jeito certo.’ eu disse. ‘Ok.’ ele respondeu. E foi isso. Nós ganhamos três títulos juntos. Vai saber.

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Robert Horry e Phil Jackson nos anos de Lakers

O oposto disso foi a minha relação com o Rudy T. Ele entendia que, mesmo que ele fosse o técnico, nós conseguíamos ver coisas que ele não conseguia ali do banco. Nós podíamos ouvir e sentir coisas dentro da quadra que ele não podia. A primeira coisa que o ‘T’ dizia era, “O que está acontecendo lá fora?” Ele nos perguntava as jogadas que a gente queria fazer para sentir o que a gente estava confortável em fazer. Se nós fazíamos uma jogada e ela funcionava, ‘T’ falava para nós a fazermos de novo. O Phil nem tanto. A mesma coisa com o Pop. Os dois são grandes do seu próprio jeito, mas baseado na minha experiência pessoal, o ‘T’ foi o maior técnico da NBA. Eu sei que ele não tem nem de perto a mesma quantidade de títulos, mas às vezes a gente dá crédito demais às pessoas por conta de títulos.

Com o Phil, a habilidade dele de treinar o Michael Jordan e a maneira que ele conseguiu liderar aqueles times do Bulls são o motivo pelo qual os jogadores o respeitavam tanto. Os título do Phil em Chicago se traduziram em títulos em Los Angeles. Os seus seis anéis foram o que fizeram Shaq treinar tanto e se tornar um dos jogadores mais dominantes na história da liga. No entanto, mesmo sendo tão dominantes quando fomos naqueles três anos, eu sinto que nós poderíamos ter feito mais, não fosse pelos egos e pela complacência. Honestamente, eu saí do Lakers odiando aquele time. Eles me trataram mal. Eu me lembro de ir na reunião depois do título de 2002 e aquele era o ano que eu podia optar por sair do meu contrato. Eu entrei na reunião e todos me abraçaram e me elogiaram.

Eu disse, ‘Eu sei que eu tô ganhando muito dinheiro e que você tão de pau duro pelo Karl Malone.’ Eles queriam o Malone há cinco anos, desde que o Phil tinha chegado lá. Eu sou um cara realista. Me fale a verdade e eu irei te respeitar, só não faça as coisas pelas minhas costas. Eu disse a eles que eu ficaria por 2 milhões, mas eles não estavam interessados. Então eu pedi para que eles me permitissem achar um time antes que o dinheiro acabasse e então para que eles não esperassem até o último dia de trocas para me liberar do meu contrato. Eles disseram, ‘Nós nunca faríamos isso com você.’ Bem, eles não fizeram mesmo. Eles esperaram até o dia seguinte ao último para me liberar. É a isso que os atletas se referem quando eles dizem que o basquete são só negócios. Porra, é verdade, a gente faz uma tonelada de dinheiro pra jogar um jogo bobo de criança. Mas mesmo se você for o herói, mesmo se você mete um dos maiores chutes da história da franquia e vence múltiplos títulos, você pode ser despejado no dia seguinte.

Mais uma vez, este poderia ter sido o fechamento das cortinas pra mim. Por sorte, eu acabei indo pro Spurs e o resto é história. Meu primeiro jogo de volta em Los Angeles contra o Lakers, eles fizeram uma cerimônia antes do jogo para me presentear com uma camisa especial. Todos estavam sorrindo. Fizeram essa cerimônia pra mim e eu tive que parecer feliz. E eu estava feliz pelos fãs, e pelo o que nós alcançamos. Mas se você entende algo sobre mim, entenda isso: eu sou um cara que está constantemente atrás de motivação. É assim que você põe gelo na suas veias. Então eu me lembro de olhar para o pessoal da administração do Lakers e pensar. ‘Cara, o que é de vocês está guardado. Eu vou quebrar o coração de todos vocês.’

Na verdade, eu tive cinco títulos da NBA graças ao Lakers. Três por jogar com o time, e dois por eles terem me mandado embora.” (Robert Horry para a The Players’ Tribune)

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Robert Horry têm SETE anéis de campeão da NBA.

 


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