Homens Brancos Não Sabem Blogar

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“No Centro do Jogo” – parte VII
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Porque o pai trabalhava na Marinha, David ‘O Almirante’ Robinson nunca morou muito tempo na mesma cidade. Foi só após a aposentadoria do Sr. Robinson que eles conseguiram permanecer na pacata Woodbridge, na Virginia. Com 16 anos, o jovem David não jogava basquete pela sua escola. Ele nunca havia jogado antes e tinha apenas 1.75m, afinal de contas. Imagine qual não foi a surpresa do técnico quando, no ano seguinte, o mesmo rapaz apareceu no colégio com 1.98m. Robinson entrou pro time, competiu pela sua escola no seu último ano de ensino médio e, depois de formado, resolveu seguir os passos do pai e foi para Academia Naval dos Estados Unidos onde estudou matemática.

Ao entrar em quadra para o seu primeiro jogo pela equipe de basquete da Marinha, David Robinson já estava com 2.06m. Ele continuou crescendo até o seu último ano, quando atingiu incríveis 2.13m. Em 1987, o rapaz que nunca havia disputado uma competição de basquete até cinco anos antes foi selecionado na primeira posição do draft pelo San Antonio Spurs.

Foi só dois anos depois, contudo, em 1989, que David Robinson cumpriu seus compromissos com a Marinha e pôde começar a jogar na NBA. Nessa época, o San Antonio Spurs era um lixo (sim, o Spurs já foi um lixo). Os caras tinham acabado de passar pela então pior temporada da história da franquia, com 21 vitórias e 61 derrotas. A chegada de Robinson no Texas, no entanto, fez toda a diferença. Depois do primeiro ano dele lá, a franquia fechou com 56 vitórias e 26 derrotas; 35 vitórias de diferença, na época, a maior reviravolta da história da NBA. Sem surpreender ninguém, o Almirante foi eleito o rookie do ano e dois anos depois, em sua terceira temporada na NBA, ele foi convocado para a maior equipe da história dos esportes coletivos, o Dream Team.

A carreira do cara era um sucesso absoluto. Ele revolucionou a franquia e o Spurs foi para os playoffs por 8 anos seguidos. Tudo ia muito bem, até que chegou 1997. Robinson machucou as costas ainda na pré-temporada e só conseguiu voltar em Dezembro. Seis jogos depois de voltar, ele quebrou o pé e ficou fora pelo resto do campeonato. Com o Almirante fora, o Spurs voltou a ser um dos piores times da liga e terminou a temporada com 20 vitórias e 62 derrotas (perceba o quanto que a equipe dependia dele). O que ninguém imaginava é que isso iria acabar por ser uma grande bênção. O San Antonio ganhou a loteria do draft daquele ano e selecionou Tim Duncan, a peça que faltava pro título de David Robinson, que veio dois anos depois.

Depois do draft do Duncan, a equipe texana tornou-se uma das melhores da NBA e continua assim até hoje. Eles nunca mais tiveram uma temporada com menos de 50 vitórias (salvo na temporada de 99, porque houve uma greve e a temporada teve apenas 50 partidas) e nunca mais deixaram de ir para os playoffs.

A última partida da carreira do Almirante foi no dia 15 de junho de 2003, um dia feliz para se aposentar, já que foi o mesmo dia em que ele se tornou bi-campeão da NBA (pense num cara que sabe sair por cima).

David Robinson foi o único jogador a liderar uma temporada da NBA em pontos, rebotes e tocos. Ele também é um dos quatro jogadores da história a conseguir um quadruple-double em um jogo. 34 pontos, 10 rebotes, 10 assistências e 10 tocos, contra o Detroit Pistons, em 17 de fevereiro de 1994. Além dos dois títulos da NBA, ele teve 10 participações no All-Star Game, foi selecionado 10x para o All-NBA Teams, e mais 8x para os times de defesa. Ele foi MVP, Jogador de Defesa do Ano, Rookie do ano e um dos cinco jogadores da história a ter anotado mais de 70 pontos em uma partida (71 contra o Clippers, em 24 de abril de 1994).

Senhoras e senhores, este é David Robinson, o almirante, eternizado com a camisa 50 do San Antonio Spurs, e também com a camisa 50 do time de basquete das forças navais dos EUA.

‪#‎NoCentroDoJogo‬

david robinson


“No Centro do Jogo” – parte VI
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Pense num cara bruto. Criado pela mãe, que chutou o pai alcoólatra de casa quando ele tinha apenas dois anos, reza a lenda que Moses Malone já nasceu de cavanhaque e levemente calvo devido aos altos níveis de testosterona. Malone passou invicto pelos dois anos finais do Ensino Médio, conquistando 100 vitórias seguidas (aprende, Golden State). De lá, ele foi direto pra ABA, onde jogou dois anos antes de ir para o Houston Rockets.

Um exímio reboteiro, Moses foi seis vezes líder de rebotes da liga. Quando perguntado sobre o feito, ele respondeu: “Eu nunca imaginei que eu seria o líder da liga em rebotes, mas eu tive muita ajuda dos meus companheiros de time. Eles erram bastante.”

Na sua terceira temporada com o Houston, Malone teve médias de 24.8 pontos e 17.6 rebotes e foi MVP da liga. Dois anos depois, teve médias de 26.8 pontos e 14.5 rebotes e foi MVP de novo. Apesar dos dois prêmios, Moses não conseguiu levar o título para Houston. Em 1981, ele até chegou nas finais, mas parou num caipira de bigodinho safado chamado Larry Bird.

Em 1982, frustrado depois de ser varrido na primeira rodada, ele foi pro Philadelphia 76ers de Julius Erving, que tinha acabado de perder as finais pro Los Angeles Lakers. O motivo da contratação de Moses era claro: ele precisava parar Kareem Abdul-Jabbar. A temporada passou, Malone foi MVP mais uma vez e os 76ers chegaram nas finais! Lá, encontraram justamente quem eles queriam e, desta vez, o resultado foi bem diferente. O Philadelphia varreu o Lakers, Malone foi MVP das finais e, na série, pegou 18 rebotes por jogo. 10 rebotes a mais por jogo que Kareem.

Antes desses playoffs começarem, aliás, a imprensa havia perguntado ao Malone qual ele achava que seria o rendimento do time e a resposta de Moses veio em forma de três sopros: “Fo, fo, fo.” A mensagem era clara: três séries, três varridas. As três séries que eles jogaram terminaram em 4-0, 4-1 e 4-0.

Foi por volta dessa época que Malone aceitou o pedido de um jovem nigeriano que queria ajuda para treinar. O menino de 19 anos chamava-se Hakeem Olajuwon. Foi no draft seguinte ao título que o 76ers trouxe pro time um outro jovem chamado Charles Barkley. Os dois meninos, Hakeem e Charles, aprenderam bem.

Não haverá um jogador melhor em rebotes ofensivos do que Moses Malone. Foram 7382 rebotes ofensivos na sua carreira, mais de 2500 rebotes na frente do SEGUNDO colocado, Artis Gilmore. Uma média de mais de 5 rebotes ofensivos por jogo. Ele chegou a pegar 21 rebotes ofensivos em uma única partida.

Campeão de 1983, MVP das Finais, 3x MVP da temporada regular, 12x All-Star, 8x All-NBA Teams, 6x líder de rebotes da liga, este é Moses Malone.

moses


“No Centro do Jogo” – parte V
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Nascido na Jamaica, Patrick Ewing mudou-se para os Estados Unidos com 12 anos. De família pobre, ele conseguiu finalizar os estudos e ingressar numa faculdade graças a um programa federal de bolsas.

Em 1980, Ewing viajou para Carolina do Norte para ingressar na University of North Carolina (UNC), onde atuaria ao lado de Sam Perkins, James Worthy e Michael Jordan. Depois de uma visita ao campus, contudo, presenciou uma manifestação a favor da Ku Klux Klan e desistiu de ir morar na cidade.

Ewing foi para a Universidade de Georgetown, atuou como titular desde o primeiro jogo e levou o Georgetown Hoyas à final do torneio. Na final, encontrou justamente a UNC. Com pouco mais de 30 segundos para o término da partida, Georgetown estava vencendo por um, mas a posse era de North Carolina. O também rookie Michael Jordan meteu uma bola faltando 15 segundos para o término do confronto e a UNC passou um ponto a frente do placar. Os Hoyas ainda tinham tempo para uma última tentativa, mas o armador Freddy Brown cometeu um turnover horrível ao passar a bola pra James Worthy, ala do time adversário. Georgetown perdeu e Ewing estreiou o que seria uma longa história de derrotas para MJ.

Dos quatro anos que jogou pelos Hoyas, Pat levou o time às finas três vezes e venceu uma, em 1984. Apesar de não ter ido para a Carolina do Norte para fugir do racismo, Ewing acabou sendo discriminado em Georgetown. Mais de uma vez, espectadores jogaram objetos e alimentos no jogador durante uma partida.

Pat foi a primeira escolha do draft de 1985, selecionado pelo New York Knicks. A cidade estava eufórica. Pela primeira vez desde o começo da década de 70, os fãs sentiam que o Knicks tinha futuro. Pat O’Brien, narrador da CBS, chegou a dizer que “Houve a era do Mikan, a era do Bill Russell, a era do Kareem. Agora, teremos a era do Ewing.”

Em seu primeiro ano, Pat foi rookie do ano e teve 20 pontos, 9 rebotes e 2 tocos por jogo. Em 1992, o Knicks encontrou com o Chicago nas semi-finais de conferência. A série foi até o jogo sete, mas – bem – era contra o time do Michael Jordan e o Jordan não sabe perder pro Ewing. No ano seguinte, 1993, contudo, parecia que Pat teria sua revanche. Nova York tinha tido a melhor campanha da conferência leste (60-22) e abriu 2 a 0 nas finais de conferência contra o Bulls. O que aconteceu a seguir? O Chicago ganhou quatro partidas seguidas e fechou a série.

Mas no ano seguinte tinha que ser a hora dele! Jordan havia aposentado, agora era a hora. E parecia que seria mesmo. Pela primeira vez desde 1973, o Knicks voltou às Finais. O caminho até lá, no entanto, foi dos mais difíceis. Na semi-final de conferência, ele venceu o Bulls de Scottie Pippen em sete jogos de muita rivalidade. Na sequência, enfrentou o Indiana de Reggie Miller, e venceu também em sete jogos. Nas Finais contra o Rockets, o equilíbrio permaneceu: sete jogos acirradíssimos, nos quais nenhum time venceu por mais de 10 pontos de diferença. Apesar de grandes atuações de Ewing (na época, ele estabeleceu o recorde de tocos em Finais e o recorde de tocos num mesmo jogo de Finais), o Houston de Hakeem Olajuwon foi campeão.

O Knicks continuou chegando aos playoffs nos anos seguintes, mas o resultado foi basicamente o mesmo. Na sua última temporada na equipe (99-2000), Ewing jogou sua milésima partida pelo time e encerrou sua carreira com 1039 jogos pela franquia (o único a ter participado de mais de 1000 confrontos pelo Knicks).

Ele ainda jogou uma temporada pelo SuperSonics e uma pelo Magic, e então se aposentou. 11x All-Star, 7x All-NBA Teams, integrante do Dream Team, Hall of Famer, eleito um dos 50 melhores jogadores da história pela NBA, mais de 24mil pontos e 11mil rebotes na carreira, este é Patrick Ewing.

Uma lenda, sem dúvida, e uma vítima da década de ouro da NBA. Tivesse jogado em outra época, Pat teria mais chances de ganhar um título e estaria noutra posição neste ranking.

#NoCentroDoJogo

patrick ewing


“No Centro do Jogo” – parte IV
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No começo da carreira, Wilt Chamberlain não era um cara querido. Ele não tava nem aí pro seus companheiros de equipe e muito menos aí pros treinos. É que ele amava o Harlem: o neon, as mina, James Brown. Amava tanto que acabou virando sócio de uma boate por lá chamada Small Paradise. Com uma vida dura dessas, não tinha mesmo como ir aos treinos e todos os companheiros ficavam meio putos mas – mano – we talking about practice?

Vamos aos fatos:

O então treinador do Celtics, Red Auerbach, ouviu falar de um garoto que estava destruindo no ensino médio: sendo marcado por dois, três e às vezes até quatro jogadores do time adversário, ele, mesmo assim, teve média de 32 pontos por jogo. Auerbach achou aquilo incrível e convidou B.H. Horn, jogador recém-nomeado MVP das finais da NCAA e campeão do torneio, pra jogar 1×1 com o garoto. Chamberlain ganhou de 25 a 10 e Born, depois da derrota, preferiu desistir da carreira de jogador e virou engenheiro de tratores.

Esse não foi o único cara que se aposentou por conta de Wilt. O campeão Earl Lloyd, em seu discurso de integração ao Hall da Fama, revelou que – antes do começo da temporada de 1959-60 – participou de uma partida de exibição contra Philadelphia Warriors, do rookie Chamberlain. Ao vê-lo, Lloyd imaginou que, com aquele tamanho todo, ele “não seria capaz de andar e mascar chiclete ao mesmo tempo”. Ao fim da partida, contudo, depois de ter visto Chamberlain em quadra, Earl decidiu que era hora de se aposentar.

Wilt Chamberlain entrou pra NBA e, em sua primeira temporada, foi eleito Rookie do Ano e MVP. Além disso, nesse mesmo ano, ele quebrou oito recordes da liga (média de pontos e rebotes entre eles).

Dois anos depois, na temporada de 62, outro recorde, que permanece até hoje: média de 50.4 pontos por jogo e 25.7 rebotes. Foi nesse ano que, contra os Knicks, rolou o famigerado jogo de 100 pontos. Por conta dessa temporada, Chamberlain se tornou o primeiro e único jogador da história a marcar mais de 4mil pontos numa mesma temporada (4.029). O número é tão impressionante que o único outro jogador a romper a barreira dos TRÊS mil pontos é Michael Jordan (3.041 na temporada de 86-87).

Wilt é também o único jogador da história a ter mais de 2.000 rebotes em um ano. Como se não bastasse uma, ele fez isso em duas ocasiões distintas (2.149 e 2.052). Ele também é detentor do recorde de rebotes numa mesma partida, três a mais que Russell: 54 rebotes em um jogo. Foi aí que a NBA decidiu que não tinha jeito: a largura do garrafão, que já havia sido alterada por George Mikan, teve que passar por uma nova reforma. O garrafão passou então de 3.6m (12 pés) para 4.9m (16 pés) de largura.

Na temporada de 65, Chamberlain teve média de 48.7 minutos jogados por jogo, o que significa mais minutos do que existem no tempo regulamentar do basquetebol. Isso porque ele não saía nunca – jamais, nem pensar – de um jogo e alguns deles acabavam indo pra prorrogação.

Um cara que definitivamente não gostava de Chamberlain era Gus Johnson (ala-pivô do então Baltimore Bullets). Isso porque, certa vez, Gus Johnson foi tentar enterrar e levou um toco tão forte de Chamberlain que o seu ombro deslocou. Foi a única vez na história que um jogador teve um ombro deslocado devido a um toco. Isso sem contar a vez que Wilt quebrou o pé do jogador Johnny Kerr (ala-pivô do Syracuse Nationals) com uma enterrada. Chamberlain enterrou a bola que, na trajetória do aro pro chão, bateu no pé de Kerr com tal força que quebrou alguns ossos do pé do cara.

Os jornalistas procuravam coisa para criticar em Chamberlain e acharam: disseram que ele podia pegar rebotes e podia fazer cestas, mas que ele não conseguia passar a bola. Nessa mesma temporada, Wilt Chamberlain foi líder da liga em assistências e tornou-se o único pivô da história a conquistar tal feito.

Este é Wilt Chamberlain, a maior máquina de jogar basquete que já existiu, líder da NBA em pontos 7 vezes, em percentual de acerto 9 vezes, em minutos jogados oito, em rebotes 11 e em assistências uma. Duas vezes campeão da NBA, quatro vezes MVP, um monstro.

Quando comparado com Russell, a resposta é simples: “um incrível jogador (Chamberlain) contra um jogador capaz de fazer seu time incrível (Russell)”.

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wilt


“No Centro do Jogo” – parte III
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“Bill Russell, tão baixo no ranking? Esse cara está maluco!”

Calma. Não se emocione. George Mikan, Bill Russell e Wilt Chamberlain não estão sendo comparados com o restante. Os motivos principais são dois. 1) O jogo mudou muito (regras, quantidade de times, qualidade do jogo), não dá pra comparar atletas que jogaram esportes tão diferentes. 2) Esses três caras foram os que causaram boa parte dessas mudanças. O jogo das décadas seguintes só foi esse porque Bill Russell, Wilt Chamberlain e George Mikan existiram. Eles estão acima das comparações. Explicação dada, vamos falar de Bill Russell.

Pouca gente sabe disso, mas Bill Russell não gostava de Boston. Ele deu um depoimento certa vez dizendo que achava todo mundo dali racista. Pouco tempo depois de Russell ter dado esse depoimento, o povo de Boston quis provar que era racista mesmo e invadiu a casa do jogador: pixaram frases racistas pela casa e todos os aposentos foram sujos com fezes. Não à toa, depois de aposentado, Bill passou décadas sem pisar em Boston. A repulsa do pivô pela cidade era tão grande que na cerimônia em que aposentaram sua camisa ele não compareceu.

Russell também não se dava bem com a mídia. Ele não fazia a menor questão de ser simpático (difícil imaginar isso vendo o velhinho sorridente que ele virou) e ele era tudo, menos um show-man. A principal arma do jogo do cara era a defesa. Ele não tava ali pra fazer bonito, ele tava ali pra ganhar jogo e isso, amigo, ele fez muito bem. Russell ganhou dois títulos estaduais consecutivos no ensino médio, ganhou dois títulos consecutivos da NCAA na universidade. Ele foi campeão da NBA no seu primeiro ano na liga. Ele foi campeão da NBA no seu último ano da liga. E ele foi campeão da NBA mais nove vezes entre esses dois títulos. Duas delas como jogador e técnico.

Se tem um jogador que pode ser chamado de clutch, esse cara é Bill Russell. As médias dele eram sempre melhores em playoffs do que em temporada regular e isso já é impressionante por si só, mas nas finais é que o bicho pegava. Russell participou de dez jogos 7 na carreira dele e ganhou absolutamente todos. Ele não só ganhou todos como ele tem uma média de 29,45 rebotes em cada um desses jogos! Teve jogo que ele chegou a pegar 51 rebotes. Dezenove rebotes em um quarto. Tudo muito megalomaníaco.

Um jogador incrível, que fazia o time todo parecer incrível, e que – como se não bastasse – era incrível também fora das quadras. Ele foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade devido às suas conquistas para os direitos civis norte-americanos.

Este é Bill Russell, o dono do nome gravado no troféu de MVP das Finais. Esse cara é O cara.

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bill russell


“No Centro do Jogo” – parte II
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Meias longas, muito longas, até acima dos joelhos, terminadas em suas tradicionais joelheiras de vôlei. Mais acima, por trás da camisa, é perceptível uma pancinha de bom moço. Passando pelo número 99, terminamos em seu rosto, ornamentado por óculos ainda hoje utilizados por sujeitos hipsters mundo adentro.

O rapaz com cara de empreendedor do Vale do Silício, acredite se quiser, é apelidado de Mr. Basketball. Vocês estão diante da figura impressionante do primeiro pivô da história, George Mikan.

Em 1947, seus 2.08m de altura revolucionaram o jogo. Em nove anos jogando profissionalmente, ele ganhou 7 títulos e foi o que mais pontuou em cinco. Além disso, foi fator determinante na criação de três novas regras enquanto jogador. Foram as seguintes:

1) Goal-Tending
Naquela época, eram poucos os jogadores que alcançavam o aro. Poucos mesmo. Quando alguém arremessava ou era cesta ou o cara errava, não existia a possibilidade de rolar um toco no meio do caminho. Isso não era problema com Mikan, muito pelo contrário: por conta da quantidade de tocos que Mr. Basketball distribuía, a liga teve que criar o “goal-tending”, invalidando os tocos do pivô com a bola na descendente.

2) 24 Segundos
Mikan era tão dominante que, quando o time adversário conseguia ficar a frente no placar, os jogadores paravam de pontuar para gastar tempo e conseguir a vitória. A gota d’água veio no dia 22 de novembro de 1950, quando o Fort Wayne Pistons venceu o Minneapolis Lakers de Mikan por 19 a 18. O último quarto foi 3 a 1. A liga passou os anos seguintes bolando a melhor maneira de impedir que isso acontecesse e, em 1954, surgiu o “shot clock”, limitando a posse de bola de cada time para 24 segundos.

3) Largura do garrafão
O garrafão era muito estreito. Toda vez que algum jogador do time de Mikan fosse para linha de lance-livre mais valia errar do que acertar: Mr. Basketball se encarregaria do rebote e faria a cesta. Por isso, o garrafão passou de 1.8m (6 pés) para 3.6m (12 pés) de largura (alguns anos mais tarde, um rapazola chamado Wilt Chamberlain seria responsável por aumentar ainda mais essa largura).

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mikan


“No Centro do Jogo” – parte I
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Homens Brancos Não Sabem Blogar

Em meio a “Era de Ouro” dos armadores – com Stephen Curry, Chris Paul, Russell Westbrook, Tony Parker, John Wall, Kyrie Irving, Damian Lillard, Kyle Lowry, Rajon Rondo, Derrick Rose, Jeff Teague, Mike Conley, entre outros – é difícil acreditar que a liga tenha um dia sido dominada por uma outra posição.

O autointitulado basquetebol moderno tornou-se sinônimo de “small ball”, um estilo de jogo que preza pela velocidade e versatilidade de seus atletas. Em outros tempos, contudo, o jogo era na base da trombada, jogado de costas pra cesta e quem reinava eram os pivôs.

Pelos próximos dias, a nova série do HBNSB, “No Centro do Jogo”, vai relembrar desses outros tempos e dos nove protagonistas dessa posição.

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no centro do jogo1


O dia em que Larry Bird acabou com Dennis Rodman
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Gustavo Battaglia

Depois de converter quatro cestas seguidas com Rodman o defendendo, Larry Bird correu para o lendário técnico Chuck Daly e perguntou: “Quem está me defendendo, Chuck? Tem alguém me defendendo? É melhor você colocar alguém pra me defender ou eu vou meter 60 pontos em vocês.”

Quem relembra a história é o próprio Dennis Rodman:
“Eu estava em cima dele, tentando impedir que ele recebesse a bola, e tudo o que ele fazia era gritar para os companheiros de time: ‘eu tô livre! Passem logo a bola antes que eles percebam que não tem ninguém me marcando!’ E então ele conseguia espaço girando o cotovelo na minha cara, chutava o jumper bem na minha frente e em seguida ia falar com meu técnico: ‘Chuck, é melhor você tirar esse cara da partida e colocar alguém que vai me defender de verdade porque é muito fácil quando eu tô tão livre assim.'”

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A melhor reação dos reservas de todos os tempos
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Gustavo Battaglia

Em 2008, na sua estreia pelo Lakers, Shannon Brown, o trampolim humano, mostrou o porquê do apelido. A reação do banco permanece como uma das melhores até hoje.

Em 2008, na sua estreia pelo Lakers, Shannon Brown, o trampolim humano, mostrou o porquê do apelido. A reação do banco permanece como uma das melhores até hoje.

Posted by Homens Brancos não Sabem Blogar on Domingo, 20 de dezembro de 2015