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Em 1983, Jordan ganhava o último ouro dos EUA no Pan em cima do Brasil

Marcos Jorge

Foi no Pan de 1983 que Michael Jordan tirou seu cartão de visitas e se apresentou à seleção brasileira pela primeira vez. Na realidade, aos 20 anos de idade, essa era a primeira vez que ele jogava um jogo oficial internacional.

Não é que Jordan fosse um zé ninguém do basquete. Naquela época eram os universitários que representavam os EUA na modalidade e MJ estava no meio de sua passagem pela universidade de North Carolina. Em 82, seu primeiro ano na faculdade, tinha sido campeão nacional. Em 1983, ano do Pan, foi escolhido para a seleção universitária dos EUA. Um ano depois seria eleito o melhor jogador dos EUA para em seguida fazer o salto para a NBA.

O Brasil de certa forma era o time a ser batido: mais experiente, com atletas na casa dos 26, 27 anos e vindo de um título sul-americano. A seleção dos EUA, apesar de Jordan e outros futuros nomes da NBA, como Mark Price, Sam Perkins, Chris Mullin e Wayman Tisdale, tinha entre 19 e 22 anos de idade e nenhuma bagagem internacional.

Mas no Brasil, a gente sabe, ninguém dá muita bola para o que acontece no basquete universitário dos EUA. Imagina então no começo dos anos 80, sem internet ou TV a cabo. Jordan pegou muita gente de surpresa na seleção. Em Caracas, a defesa zona do Brasil não permitiu aquelas jogadas plásticas que nós nos acostumamos a ver pelo Chicago Bulls ao longo da década seguinte, mas pelo vídeo dá pra ver que ali tem algo especial.

Jogando com a camisa 5, Jordan terminou a competição como cestinha do time com 17,3 pontos por partida, numa campanha invicta (8-0). Na segunda partida contra o Brasil, valendo a medalha de ouro, Jordan anotou 14 dos seus 16 pontos no segundo tempo e garantiu o título para os EUA. A última medalha de ouro da seleção masculina norte-americana em Panamericanos, diga-se.