Relembre o que Kareem falou sobre o Islamismo
Gustavo Battaglia
''Quando a Ku Klux Klan queima uma cruz no quintal de uma família negra, cristãos não precisam explicar que esses não são atos verdadeiramente cristãos.
Para mim, religião – não importa qual – é sobre pessoas que querem viver de forma humilde, moral. Pessoas que criam uma comunidade harmoniosa e que promovem tolerância e amizade fora da comunidade religiosa. Qualquer religião deveria servir a esse objetivo. O Islã que eu aprendi e pratico faz isso.
Violência cometida em nome da religião nunca é sobre religião – é sobre dinheiro. Quando você observa esses ataques terroristas, eles não são feitos no intuito de nos assustar para que mudemos nosso comportamento. Os ataques de 11 de setembro não fizeram os Estados Unidos adotar o Islã. Como todos os outros ataques terroristas no Oeste, eles só fortaleceram nossa determinação de sermos quem somos. Então o ataque em Paris, como os outros, não é para mudar o comportamento Ocidental. O objetivo é provar que esse grupo continua relevante no meio terrorista, é recrutar mais gente, é ganhar mais doações. São negócios.
Sabendo que os ataques não são sobre religião, nós temos que chegar a um ponto em que nós paramos de trazer o Islã nessas discussões. Nós ainda não chegamos lá porque grande parte da população ocidental não conhece a religião islâmica. Tudo o que eles vêem são decapitações violentas, sequestros de adolescentes, massacre sangrentos de crianças nas escolas, e esses ataques terroristas. Naturalmente, eles ficam assustados quando escutam a palavra 'muçulmano', ou quando vêem alguém utilizando os trajes tradicionais muçulmanos.
Quando a Ku Klux Klan queima uma cruz no jardim de uma família negra, cristãos não precisam explicar que esses não são atos cristãos. A maioria das pessoas entende que a KKK não respeita os ensinamentos cristãos. É isso que eu e outros muçulmanos desejamos: o dia em que esses terroristas – que louvam o profeta Maomé, ou Alá, ao mesmo tempo que adulteram seus ensinamentos – sejam instantaneamente reconhecidos como capangas disfarçados de muçulmanos; criminosos de uma organização política utilizando uma máscara muçulmana mal ajustada.'' (Kareem Abdul-Jabbar)