A enterrada da morte
Gustavo Battaglia
Nas Olimpíadas de Sydney-2000, a França ficou com a honrosa medalha de prata. Mas, cá entre nós, a lembrança que temos da campanha francesa não é bem essa.
Foi nessa competição que uma das enterradas mais sensacionais de todos os tempos aconteceu. Vince Carter driblou a bola duas vezes e saltou. Do outro lado, o pivô Frederic Weis, do alto dos seus 2.19m, se preparou para o contato do ala estadunidense com seu corpo. A pancada nunca veio. Ao invés disso, Weis sentiu uma mão apoiar sobre seu rosto; sentiu a brisa das pernas de Carter passando rentes ao seu tronco, mas foi só.
Weis virou a tempo de ver a tabela balançando. Pela reação do time dos Estados Unidos e pela incredulidade vinda da plateia, ele entendeu. Aquilo tinha mesmo acontecido: a enterrada da morte, “Le dunk de la mort”. E o morto, no caso, era ele.