Homens Brancos Não Sabem Blogar

“Pelo amor ao Jogo”, parte 26

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“Tudo que levou ao chute contra o Utah no jogo 6 das finais de 1998 foi muito claro. Foi como se eu tivesse vendo tudo se desenrolando em câmera lenta. Eu roubei a bola, olhei para o relógio, e então olhei para a quadra de ataque. Eu conseguia ver cada um dos jogadores e eu lembro onde cada um deles estava. Steve Kerr estava na zona morta, eu estava no centro, Dennis estava embaixo na esquerda, Scottie estava na minha direita. Eu conseguia ouvir os sons, mas eram indistinguíveis. Naquele momento, eu não conseguia diferenciar um som do outro, mas eu conseguia avaliar cada uma das possibilidades na quadra.

Eu estava indo para a direita porque eu sabia que eu conseguiria espaço pro chute. Todas vezes que eu precisava de um chute, eu ia pra direita, exceto quando a defesa errava e deixava a esquerda aberta. Quando você vai para a direita, o defensor tem mais dificuldade pra alcançar a bola porque tem seu corpo todo no caminho. No jogo um das finais de 1997 contra o Utah, eu fui pra esquerda quanto eu meti a bola do jogo porque o Bryon Russell estava desequilibrado. Em 1998, eu estava resolvido a ir pra direita. As coisas estavam acontecendo devagar o suficiente na minha cabeça para que eu conseguisse avaliar cada uma das minhas opções. Eu percebi o erro que o Russell cometeu e me aproveitei. Quando ele veio na minha direção, eu sabia o que fazer. Eu estava indo na direção do Steve Kerr. O John Stockton não iria deixar o Steve aberto depois que ele meteu a bola do jogo seis nas finais do ano anterior. Então o Stockton fingiu que iria pra cima de mim e voltou a marcar o Kerr. Eu não tinha a intenção de passar a bola pra ninguém. Eu roubei aquela bola, e achava que era uma oportunidade minha de vencer ou perder aquele jogo. Eu iria chutar aquela última bola mesmo que marcado por cinco caras.

Ironicamente, eu tenho dificuldades quando paro pro chute indo pra direita porque normalmente o chute sai curto. Neste jogo, todos os meus chutes estavam saindo curtos. Eu, que normalmente caio um pouco pra trás, decidi que neste chute eu não cairia pra trás por conta disso. Pense nisto: eu tive tempo suficiente para pensar em tudo isto que eu estou narrando. É incrível até pra mim. E, sim, foi assim mesmo que aconteceu. Eu saltei reto e cai reto. Eu conscientemente estendi minha mão pra cima e um pouco pra frente em direção à cesta porque os chutes estavam saindo curtos. Parecia que eu estava posando, mas era a maneira que eu tinha que chutar naquele momento. É impressionante que eu consiga pensar nessa quantidade de informação com o tempo que eu tinha e conseguir concluir a jogada. Tudo isso que eu narrei aconteceu em cerca de 11 segundos.” (Michael Jordan)

[''Pelo amor ao Jogo'', parte 26]“Tudo que levou ao chute contra o Utah no jogo 6 das finais de 1998 foi muito claro. Foi como se eu tivesse vendo tudo se desenrolando em câmera lenta. Eu roubei a bola, olhei para o relógio, e então olhei para a quadra de ataque. Eu conseguia ver cada um dos jogadores e eu lembro onde cada um deles estava. Steve Kerr estava na zona morta, eu estava no centro, Dennis estava embaixo na esquerda, Scottie estava na minha direita. Eu conseguia ouvir os sons, mas eram indistinguíveis. Naquele momento, eu não conseguia diferenciar um som do outro, mas eu conseguia avaliar cada uma das possibilidades na quadra.Eu estava indo para a direita porque eu sabia que eu conseguiria espaço pro chute. Todas vezes que eu precisava de um chute, eu ia pra direita, exceto quando a defesa errava e deixava a esquerda aberta. Quando você vai para a direita, o defensor tem mais dificuldade pra alcançar a bola porque tem seu corpo todo no caminho. No jogo um das finais de 1997 contra o Utah, eu fui pra esquerda quanto eu meti a bola do jogo porque o Bryon Russell estava desequilibrado. Em 1998, eu estava resolvido a ir pra direita. As coisas estavam acontecendo devagar o suficiente na minha cabeça para que eu conseguisse avaliar cada uma das minhas opções. Eu percebi o erro que o Russell cometeu e me aproveitei. Quando ele veio na minha direção, eu sabia o que fazer. Eu estava indo na direção do Steve Kerr. O John Stockton não iria deixar o Steve aberto depois que ele meteu a bola do jogo seis nas finais do ano anterior. Então o Stockton fingiu que iria pra cima de mim e voltou a marcar o Kerr. Eu não tinha a intenção de passar a bola pra ninguém. Eu roubei aquela bola, e achava que era uma oportunidade minha de vencer ou perder aquele jogo. Eu iria chutar aquela última bola mesmo que marcado por cinco caras.Ironicamente, eu tenho dificuldades quando paro pro chute indo pra direita porque normalmente o chute sai curto. Neste jogo, todos os meus chutes estavam saindo curtos. Eu, que normalmente caio um pouco pra trás, decidi que neste chute eu não cairia pra trás por conta disso. Pense nisto: eu tive tempo suficiente para pensar em tudo isto que eu estou narrando. É incrível até pra mim. E, sim, foi assim mesmo que aconteceu. Eu saltei reto e cai reto. Eu conscientemente estendi minha mão pra cima e um pouco pra frente em direção à cesta porque os chutes estavam saindo curtos. Parecia que eu estava posando, mas era a maneira que eu tinha que chutar naquele momento. É impressionante que eu consiga pensar nessa quantidade de informação com o tempo que eu tinha e conseguir concluir a jogada. Tudo isso que eu narrei aconteceu em cerca de 11 segundos.” (Michael Jordan)#PeloAmorAoJogo

Publicado por Homens Brancos não Sabem Blogar em Quinta, 11 de fevereiro de 2016